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China, Canadá e México reagem a Trump e agravam guerra tarifária 3g4l1i

Atualizada em 04/03/2025 12:31 5t6l2h

Foto: Justin Trudeau anuncia tarifas sobre produtos dos EUA em retaliação a medidas de Trump – Andrej Ivanov/AFP

Chineses e canadenses aplicaram nesta terça novas taxas sobre produtos americanos; presidente mexicana prometeu anúncio no domingo, em praça pública 82o57

Nelson de Sá
Pequim e São Paulo

O regime da China e os governos do Canadá e do México reagiram à implantação de tributos de importação pelos Estados Unidos, agravando a guerra tarifária que se iniciou em fevereiro deste ano, quando o presidente Donald Trump implantou uma taxa de 10% sobre produtos chineses e anunciou novas barreiras sobre outros bens e países.

China e Canadá já impam novas tarifas sobre produtos americanos, enquanto o México prometeu anunciar retaliações no próximo domingo (9).

Os ministérios das Finanças e do Comércio da China anunciaram na tarde de terça-feira (4) em Pequim, madrugada no Brasil, a imposição de tarifas adicionais a produtos agrícolas e alimentos importados dos Estados Unidos, inclusive milho, algodão e soja. Nas três commodities, as vendas brasileiras para o país hoje superam as americanas.

Foi em resposta à decisão dos EUA de dobrar para 20% as tarifas sobre todos os produtos chineses, com a justificativa de que Pequim precisa atuar mais contra a venda de insumos usados na produção de fentanil, droga de alto consumo entre americanos.

Agricultor americano em campo de soja no Estado de Indiana, nos EUA, em 23 de agosto de 2022 – PJ Huffstutter – 7.fev.24/Reuters

A medida chinesa entra em vigor no próximo dia 10. Será imposta uma tarifa adicional de 15% sobre frango, trigo, milho e algodão e de 10% sobre sorgo, soja, carne suína, bovina, produtos aquáticos, frutas, vegetais e laticínios. Paralelamente, foram listadas empresas americanas que arão a ter restrições de exportação e investimento.

PRODUTOS AMERICANOS QUE SOFRERÃO TARIFA DA CHINA u53o

  • Algodão
  • Carne bovina
  • Carne suína
  • Grãos
  • Frango
  • Frutas
  • Frutos do mar
  • Laticínios
  • Legumes
  • Milho
  • Soja
  • Sorgo
  • Trigo

O porta-voz do Ministério do Exterior da China, Lin Jian, afirmou durante coletiva diária poucas horas após o anúncio que Pequim vai jogar “até o fim”, repetindo declaração do chanceler Wang Yi há duas semanas, se Washington avançar com a guerra comercial.

Por outro lado, também nesta terça, na abertura das chamadas Duas Sessões, evento anual com as lideranças chinesas que aponta a estratégia para o ano, inclusive em economia, o porta-voz da Assembleia Nacional Popular, Lou Qinjian, reiterou que China e EUA, “historicamente, ganham ao cooperar e perdem ao se confrontar”.

“O importante é respeitar os interesses um do outro e encontrar uma solução apropriada”, acrescentou. “Nós esperamos trabalhar com o lado americano através de diálogo e consulta.”

Um porta-voz do Ministério do Comércio pediu aos EUA “que retirem imediatamente as tarifas unilaterais irracionais”, argumentando: “Devemos retornar ao caminho em direção a negociações entre iguais, para resolver as diferenças”.

Desde a eleição de Trump, o agronegócio brasileiro se prepara para ganhar ou perder espaço na China, com as tarifas propostas pelo presidente americano desde a campanha e com a eventual negociação que faça com Pequim para retirá-las.

“Quanto mais [Trump] exagerar na dose, mais oportunidades eu vejo para o Brasil”, disse o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. “Os EUA competem na área agrícola conosco, [Trump] pode fazer uma negociação e impor produtos agrícolas para a China”, disse a senadora Tereza Cristina, ex-ministra da pasta.

Em janeiro, logo após sua posse e um telefonema com o líder chinês, Xi Jinping, o presidente americano chegou a responder, ao ser questionado pelo canal Fox News se faria um acordo comercial com a China: “Eu posso fazer isso”.

Pequim também mostrou disposição para negociar o acordo, com o Ministério do Exterior dizendo que “os dois países têm enormes interesses comuns e espaço para cooperação” e com o vice-primeiro-ministro Ding Xuexiang acrescentando: “Nós não queremos superávit comercial. Nós queremos importar mais” dos EUA.

CANADÁ RESPONDE COM IMPOSTO DE 25% SOBRE PRODUTOS AMERICANOS 4b5k2u

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou que irá aplicar tarifas sobre produtos dos EUA a partir desta terça-feira (4) em resposta aos impostos anunciados pelo presidente Donald Trump, que entraram em vigor no mesmo dia.

Em comunicado já na segunda-feira (3), Trudeau afirmou que “nada justifica essas medidas (dos EUA)”.

“Se as tarifas dos Estados Unidos entrarem em vigor, o Canadá responderá a partir da meia-noite aplicando taxas de 25% sobre 155 bilhões de dólares canadenses (US$ 107,59 bilhões) em produtos americanos”, afirmou o premiê.

A tarifa sobre produtos que movimentam até 30 bilhões de dólares canadenses (US$ 20,82 bilhões) já a a valer nesta terça, enquanto os impostos sobre 125 bilhões de dólares canadenses (US$ 86,77 bilhões) terão início em até 21 dias, caso os impostos dos EUA prossigam até lá.

Durante o mês ado, Trudeau afirmou que a medida teria como alvo a cerveja norte-americana, o vinho, o bourbon, os eletrodomésticos e o suco de laranja da Flórida. Porém, no mesmo mês, o governo do Canadá havia divulgado que a medida seria aplicada para vários produtos como carne, legumes, laticínios, utensílios domésticos, eletrônicos e até aviões.

Na ocasião, a medida foi suspensa, já que houve um acordo entre as partes. Clique aqui para ver a lista completa de produtos.

PRODUTOS DOS EUA QUE SOFRERÃO TARIFAS DO CANADÁ 2s1j9

  • Cerveja
  • Eletrodomésticos
  • Equipamentos esportivos
  • Geladeiras
  • Lavadoras de pratos
  • Madeira
  • Manteiga de amendoim
  • Mel
  • Móveis
  • Perfumes
  • Plástico
  • Produtos de porcelana, como vasos sanitários e banheiras
  • Roupas
  • Sapatos
  • Tomates
  • Uísque
  • Vegetais
  • Vinho

Os únicos bens a serem isentos dos 25% que Trump cobrará do Canadá são o petróleo e produtos energéticos do país, que terão tarifa de 10%. O Canadá é o maior fornecedor estrangeiro de petróleo para os EUA, representando cerca de 60% de suas importações de petróleo bruto.

O ministro de energia e recursos naturais do Canadá, Jonathan Wilkinson, afirmou nesta segunda que os americanos vão experimentar alta no preço de energia e gasolina com as novas tarifas.

“Veremos preços mais altos de gasolina como uma função da energia, preços mais altos de eletricidade da hidreletricidade do Canadá, preços mais altos de aquecimento residencial associados ao gás natural que vem do Canadá e preços mais altos de automóveis”, afirmou o ministro em entrevista à CNBC.

Nesta segunda, ao confirmar a imposição de tarifas, Trump disse que as taxas só seriam amenizadas caso os países transferissem duas fábricas e manufatura para dentro dos EUA.

“Então, o que eles têm que fazer é construir suas fábricas de automóveis, francamente, e outras coisas nos Estados Unidos, caso em que não terão tarifas”, disse ele.

PRESIDENTE DO MÉXICO PROMETE ANÚNCIO EM PRAÇA PÚBLICA 2g5m4n

Em sua entrevista à imprensa diária, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse que “não há motivo, razão ou justificativa” para as tarifas de 25% impostas pelo governo de Donald Trump sobre as importações de produtos mexicanos.

Sheinbaum afirmou que o governo está preparando medidas “tarifárias e não tarifárias” em retaliação à taxação de 25% impostas pelo governo de Donald Trump. A lista de produtos, segundo ela, será anunciada no domingo (9) em um evento público na praça central da Cidade do México.

A presidente mexicana também afirmou que o México é um país “soberano”, mas que não quer iniciar um confronto comercial com os Estados Unidos.

O CALENDÁRIO DAS TARIFAS DE TRUMP 4r5j1q

Já implantadas

4.fev – 10% sobre todas as importações da China

4.mar – 10% adicionais sobre todas as importações da China

4.mar – 25% sobre todas as importações do México

4.mar – 25% sobre a maioria das importações do Canadá, com redução para energia/combustíveis

Previstas

12.mar – 25% sobre importação de aço e alumínio

2.abr – alíquota não especificada sobre todos os produtos agrícolas

2.abr – alíquota não especificada sobre veículos estrangeiros

Pode haver novas tarifas sobre importações de cobre e madeira, ainda sem data especificada

*Com informações de Julia Chaib, do New York Times, da Bloomberg, da Reuters e da AFP/ Folha UOL

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