Atualizada em 06/06/2025 08:37 n49x
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) emitiu um alerta para o aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Acre, especialmente na capital Rio Branco. Segundo o novo Boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (6), há sinal de crescimento sustentado nas internações nas últimas semanas, impulsionado pela circulação de vírus como influenza A, Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e rinovírus.
O cenário é considerado preocupante, com o Acre entre os 25 estados em nível de alerta para SRAG. Rio Branco figura entre as 15 capitais com atividade classificada como alerta, risco ou alto risco, com tendência de alta no longo prazo.
De acordo com a pesquisadora Tatiana Portella, da Fiocruz, os casos em crianças de até quatro anos são principalmente causados pelo VSR, mas a influenza A e o rinovírus também têm elevado os registros, inclusive entre adolescentes.
A mortalidade por SRAG nas últimas oito semanas tem atingido tanto crianças quanto idosos, com causas distintas: influenza A responde pela maioria dos óbitos entre os mais velhos, enquanto VSR e rinovírus predominam entre os pequenos. A influenza A, inclusive, foi detectada em 73,4% dos casos positivos de morte por SRAG em 2025.
A Fiocruz reforça a importância da vacinação contra a gripe, sobretudo para grupos vulneráveis como idosos, crianças, gestantes e pessoas com comorbidades. A baixa cobertura vacinal em diversos estados preocupa as autoridades.
Até o momento, o Brasil já contabilizou mais de 83 mil casos de SRAG neste ano, quase metade com confirmação laboratorial. A circulação simultânea de diferentes vírus respiratórios tem pressionado os sistemas de saúde e exige vigilância redobrada, principalmente no Acre, onde o pico da doença ainda pode não ter sido atingido.