Atualizada em 01/06/2025 09:05 333k2o
Sonda Ocean Rig, plataforma de perfuração utilizada na campanha exploratória do bloco BM-C-33, na Bacia de Campos
Imagem: Repsol Sinopec/Brasil
A Petrobras iniciou uma nova emissão de dívida no mercado brasileiro com o
objetivo de levantar até R$ 3 bilhões por meio da 8ª emissão de debêntures. Os
recursos serão usados para financiar projetos ligados à ampliação da oferta de
gás natural, com foco na infraestrutura do pré-sal e na exploração de novos
campos na Bacia de Campos, na região Sudeste.
Segundo comunicado enviado ao mercado, a oferta foi registrada em 30 de
maio junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), sob rito automático, e a
liquidação das debêntures está prevista para 26 de junho. A operação conta
com a coordenação de grandes instituições financeiras como UBS BB,
Bradesco BBI, BTG Pactual, Itaú BBA, Santander e XP Investimentos.
O prospecto da emissão foi publicado pela companhia no site da CVM na
madrugada de ontem.
Para onde vai o dinheiro
Os R$ 3 bilhões serão direcionados a dois grandes projetos classificados como
prioritários pelo Ministério de Minas e Energia.
Projeto Integrado Rota 3 (PIR3): infraestrutura para escoamento e processamento de gás natural do pré-sal da Bacia de Santos. O projeto já criou cerca de 10 mil empregos e contará com R$ 1,01 bilhão dessa emissão, o equivalente a 34% da captação. A conclusão está prevista para dezembro de 2027.
Rota 3 liga o pré-sal da Bacia de Santos ao Comperj, em Itaboraí (RJ), com 355 km de extensão
Imagem: Petrobras / Reprodução
O Rota 3 é uma infraestrutura da Petrobras destinada ao escoamento de gás
natural do pré-sal da Bacia de Santos. O sistema é composto por 355
quilômetros de gasodutos — 307 km em trecho marítimo e 48 km em trecho
terrestre — que ligam os campos do pré-sal ao Comperj (Complexo
Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro), em Itaboraí (RJ), onde está
localizada a Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN Rota 3). A
capacidade de transporte é de 18 milhões de metros cúbicos por dia.
O projeto teve início em 2016 e inclui a instalação de dutos em águas profundas
e em áreas urbanas. O gasoduto chega à costa na praia de Jaconé, em Maricá
(RJ), e atravessa os municípios de Maricá e Itaboraí. A finalidade é viabilizar o
escoamento e o processamento do gás natural produzido no pré-sal,
conectando a produção offshore à malha de transporte terrestre.
Projeto Raia (BM-C-33): exploração e produção de gás natural em consórcio
com Equinor e Repsol Sinopec. O projeto, que tem início de produção previsto
para 2028 e investimentos até 2050, receberá R$ 1,98 bilhão da emissão —
cerca de 66% do total. A plataforma FPSO prevista terá turbinas a gás de ciclo
combinado, com eficiência energética considerada de padrão mundial, segundo
os documentos de emissão de dívida da Petrobras.
Mapa das áreas Raia Manta e Raia Pintada, áreas de desenvolvimento do Projeto Raia no bloco BM-C-33, operado por Equinor, Petrobras e Repsol
Imagem: ANP / Reprodução
Está localizado no bloco BM-C-33, na Bacia de Campos, a 200 km da costa do
Rio de Janeiro. O campo possui reservas recuperáveis de gás natural e
óleo/condensado superiores a 1 bilhão de barris de óleo equivalente. A
capacidade estimada de escoamento é de 16 milhões de metros cúbicos de
gás por dia. O consórcio responsável é formado por Equinor (operadora),
Repsol Sinopec e Petrobras, com participações de 35%, 35% e 30%,
respectivamente.
A produção será realizada por uma unidade flutuante (FPSO) equipada para
processar o gás no mar. A plataforma utilizará turbinas a gás de ciclo
combinado. O projeto prevê exportação de parte do volume e suprimento do
mercado interno. O investimento total estimado para a fase atual é de US$ 9
bilhões, com início da operação previsto para 2028.
A produção será realizada por uma unidade flutuante (FPSO) equipada para processar o gás no mar. A plataforma utilizará turbinas a gás de ciclo combinado. O projeto prevê exportação de parte do volume e suprimento do mercado interno. O investimento total estimado para a fase atual é de US$ 9 bilhões, com início da operação previsto para 2028.
Detalhes da emissão
Volume total: R$ 3 bilhões
Tipo de papel: debêntures simples, quirografárias, em até três séries
Classificação de risco: AAA.br pela Moody’s Local
Incentivos fiscais: Lei 12.431/2011 (infraestrutura prioritária – gás natural)
Investidores-alvo: institucionais e não institucionais, com captação a partir de
R$ 1 milhão
(UOL)